segunda-feira, 18 de abril de 2022

Sobre aceitar nossa vulnerabilidade

 Oi pessoal, como vocês estão nessa segunda-feira de preguiça pós feriado? Queria conversar com vocês sobre um livro que comecei a ler há algum tempo chamado "A coragem de ser imperfeito". Tive algumas reflexões no desenrolar da leitura que me ajudaram (ou não muito) nas crises existenciais que ando tendo nesses últimos meses e resolvi dividir com vocês alguns dos pensamentos e percepções que tive, mas antes vamos para a melhor definição de vulnerabilidade encontrada por mim mesma enquanto lia:



    Eu sempre fui tímida e introvertida, me expor nos lugares, principalmente nas redes sociais nunca foi confortável. Às vezes até tentava postar meus pensamentos no facebook, algumas fotos no instagram ou participar ativamente de grupos, mas nunca rolou.  A pressão interna de postar e querer curtidas que demonstrassem que gostaram do que postei nunca foi agradável de sentir.
    Durante esses anos de pandemia houve um boom de acesso as redes sociais e também surgiram vários perfis profissionais de diversas áreas no instagram. O pessoal faz reels, posta stories diariamente, tem cronograma de postagem, participa de trends e tudo isso ajudou no crescimento nas redes e, consequentemente, no crescimento profissional. Falando da minha área, quantos perfis psicólogos surgiram durante esse período? Quantos já lotaram ou estão lotando a agenda? Quantos estão vendendo cursos ou workshop de como se destacar no instagram e conseguir clientes?
    Terminei minha faculdade no ano passando e sempre fui relutante em criar o tal perfil profissional, mas também vivo numa constante sensação de estar ficando para trás. Alguns colegas meus já fizeram o perfil deles, fazem reels, possuem cronograma de postagem, mas particularmente eu penso: “gente, como que uma pessoa tímida consegue gravar um reels e colocar a cara nos stories? Como que alguém que não tem a menor ideia de como mexe em canva faz posts bonitinhos para atrair o publico?”
    Então há um tempo eu peguei “a coragem de ser imperfeito” para ler, você já deve ter ouvido falar, é um livro muito comentado e tem até uma palestra da autora no TEDtalk. E, sendo sincera, não sei sobre o que se trata o livro porque não li sinopse e ainda estou no capitulo 3 (sim, estou procrastinando), mas até então já tive algumas percepções do tipo: na real, que minha falta de vontade de fazer o tal perfil profissional é medo de expor para todos que eu não sei NADA sobre criação de conteúdo, na verdade, eu tenho vergonha de aparecer em stories falando bobeira ou estando feia ou pior, tenho medo de mostrar pras pessoas que eu não sei tudo sobre psicologia.

“Quando errar não é uma opção, não existe aprendizado, criatividade ou inovação”


    O livro mostra que existe uma relação entre vulnerabilidade e vergonha que impacta diretamente na nossa autoestima. Um exemplo fácil disso é quando você produz algo, qualquer coisa, e decide compartilhar com os outros, esse feito mostra sua vulnerabilidade (por expor algo que fez ao outro), mas dependendo da forma como você enxerga o mundo, consciente ou inconscientemente, você atrela o seu produto com a maneira com que ele vai ser recebido pelas outras pessoas. Resumindo, se gostarem do que você fez, você tem valor, se não gostarem, você não vale nada. Ao perceber que tudo que você faz impacta sua autoestima, dificilmente você vai voltar a mostrar suas produções, e o que acontece quando você deixa de fazer as coisas e mostrar aos outros com medo do que vão pensar? A vergonha e o medo passam a controlar a sua vida.

“Munido de uma consciência da vergonha e de uma boa capacidade de lidar com ela, este cenário é completamente diferente. Você ainda quer que os outros respeitem e até admirem o que criou, mas a sua autoestima não está em jogo. Você tem consciência de que é muito mais do que uma pintura, uma ideia de vanguarda, uma boa técnica de vendas, um bom discurso ou uma boa colocação na lista de mais vendidos. Sim, será decepcionante e difícil se os amigos e colegas de trabalho não compartilharem de seus entusiasmos ou se as coisas não caminharem bem, porém, essa decepção estará ligada ao que você faz, e não ao que você é. Independente do resultado você já ousou grandemente, e isso, sim, está totalmente alinhado com o seu valor, com a pessoa que quer ser.” (Brown, 2012, p. 49)

    O que eu quero dizer com tudo isso então? Pra resumir o que li e entendi até o momento no livro, ser vulnerável é se expor ao mundo sabendo que você não é perfeito e nunca atingirá essa perfeição, pois ela não existe. É ser você mesmo, reconhecer suas emoções quando o mundo inteiro exige que mude para se encaixar em certos lugares e não demostrar “fraquezas”. É arriscar fazer algo novo e dizer para si mesmo e a quem perguntar: “eu não sei mesmo, mas não custa tentar”. 

    E é com isso em mente que resolvi criar o perfil profissional... Eu ainda sou tímida, ainda tenho meus receios sobre a criação de conteúdo, mas eu quero arriscar e ver no que vai dar, por isso, me sigam lá: @jennisz.psi, algumas coisas boas estão por vir! 

Espero vocês lá, um bjo da Jenni :*

2 comentários:

  1. Que reflexões necessárias! Adorei, boa sorte com o perfil profissional. <3

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